A Bahia é o único estado brasileiro onde a fome se concentra em centros urbanos
Produção de comida saudável, respeito à natureza e acesso a direitos. A agroecologia tem um papel fundamental na luta contra a fome, e essa verdade foi enfatizada durante a audiência pública realizada neste Dia dos Povos Indígenas (19/4) em Irecê, região da Chapada Diamantina.
O coordenador-geral de Ações Estratégicas de Combate à Fome, Tiago Pereira, reforçou o aceno do governador Jerônimo Rodrigues sobre a importância de se ter comida saudável no prato para combater a fome na Bahia e no Brasil, destacando o papel da agroecologia e da força do evento promovido pelos estudantes do Curso de Lideranças de Movimentos Sociais: “Hoje estamos aqui com um grupo de estudantes, uma turma legítima, um território importante na produção de alimentos e que já tem uma experiência de agroecologia e de certificação. Viemos aqui ouvir as demandas, fazer um processo de mediação para que a gente possa avançar na implementação do curso. É um direito dos estudantes, é uma prioridade do governo e é muito importante a nossa presença aqui, inclusive por conta de cuidar de uma pauta tão sensível que é a fome no estado da Bahia”, frisou o doutor em agroecologia.
O evento reuniu estudantes, professores, líderes de movimentos sociais, políticos, deputados e membros do Centro Acadêmico do curso de Agroecologia da Uneb, do Campus de Irecê que, junto ao campus de Conceição do Coité, tem se destacado como uma referência devido ao pioneirismo da implantação do curso de Bacharelado em Agroecologia.
Na semana passada, o coordenador do Programa Bahia Sem Fome participou de debate no campus de Conceição do Coité, demonstrando o compromisso com a agenda da agroecologia e suas implicações sociais. “Enquanto o mundo enfrenta desafios cada vez mais complexos em relação à segurança alimentar, é inspirador ver como a formação em agroecologia tem liderado o caminho na busca por alternativas viáveis e holisticamente sustentáveis. O nosso compromisso é investir e valorizar os profissionais de agroecologia, pois sem comida limpa não há saúde, não há vida”, concluiu Pereira.
As principais metas do Bahia Sem Fome são atender 200 mil famílias em situação de insegurança alimentar grave, reduzir 50% do percentual de domicílios em insegurança alimentar grave e contribuir com a saída do Brasil do Mapa da Fome. A Bahia é o único estado brasileiro onde a fome se concentra em centros urbanos, segundo dados do Pensan. As informações do relatório, divulgado em 2022, dão conta de que 4 em cada 10 famílias do Norte e Nordeste vivem em situação de insegurança alimentar grave ou situação de fome.
Ascom BSF/Camila Fiuza