A Coordenação de Pesca e Aquicultura lançou o Programa de Aprendizagem do Bahia Pesca (PROA), um trabalho resultante de escutas realizadas durante seminários. O evento foi realizado nesta quarta-feira (26), no auditório da Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), em Ondina, Salvador. Esse é o 14º programa do Bahia Pesca desde o ano passado, e entre os parceiros da iniciativa está o Programa Bahia Sem Fome.
A Coordenação de Pesca e Aquicultura é constituída pelo diretor-presidente Daniel Victoria, diretor administrativo, Mário Júnior, e o diretor técnico Josafa Marinho, que apresentou os detalhes do PROA e divulgou o balanço das ações do Bahia Pesca.
O Bahia Pesca é único órgão com controle institucional de entidades, de acordo com o diretor Josafá Marinho. São 221 entidades, 131.510 pescadores ativos e 95 municípios em 19 territórios de identidade. De acordo com o cadastro de entidades do Bahia Pesca, a categoria na Bahia é constituída por 60.495 homens (46%) e 71.015 mulheres (54%). O total de pescadores registrados é de 131.510.
O programa cadastrou e entregou carteirinha de certificado de cadastro às entidades representativas durante o mapeamento que começou a ser realizado desde o ano passado. “Foi identificada a necessidade de 7 seminários de escuta em Ibotirama, Juazeiro, Alcobaça, Camamu, Salinas da Margarida, Santo Amaro e Salvador. A proposta dos seminários regionais é construir uma mesa de diálogos para orientar estrategicamente as ações relacionadas à pesca artesanal no estado”, destacou o diretor presidente Daniel Victoria.
Representando o Governo do Estado, o coordenador-geral de Ações Estratégicas de Combate à Fome, Tiago Pereira, destacou a necessidade de uma Bahia e secretarias integradas para avançar no combate à fome e parabenizou o time pelo trabalho prestado à sociedade baiana: “A gente não tem noção da grandeza do nosso fazer institucional na administração pública, sobretudo para o público historicamente esquecido pelas políticas públicas. O acesso ao conhecimento ainda é um problema histórico da sociedade contemporânea. Conhecimento, durante muito tempo, foi uma peça do poder. Quem tem conhecimento, tem uma relação diferenciada na sociedade. Então, para a elite, para a elite baiana, para a elite brasileira, o conhecimento das minorias era sempre negado. Porque, para eles, o pobre tinha que ficar cada vez mais pobre, o pescador tinha que ficar cada vez mais “lascado”, porque se ele tivesse acesso ao conhecimento, ele ia se empoderar, ele ia se fortalecer, e aí incomodava a burguesia. Então, eu diria que a Bahia Pesca está respondendo de forma muito importante, que é permitindo a construção de conhecimentos”.
O PROA – Programa de Aprendizagem – é o resultado das escutas realizadas durante os Seminários Regionais de Planejamento das Políticas Públicas Para a Pesca Artesanal – SERPESCA 2023. O programa foi criado com o objetivo de possibilitar a oferta de cursos com foco no desenvolvimento de competências do pescador(a) artesanal e aquicultor(a) familiar e para desenvolvimentos de atividades geradoras de renda.
Pensando na democratização do acesso à informação, será adotada a educação digital, aproveitando todos os benefícios das soluções tecnológicas como instrumento de qualificação profissional. Dessa forma, o PROA será subdividido em PROA/CAD, Capacitação à Distância, e PROA/CAP, Capacitação Presencial. “90% dos pescadores têm celular e 80% têm WhatsApp”, explicou o diretor Josafá durante a apresentação.