Em mais uma ação voltada para atender quem mais precisa, o Programa Bahia Sem Fome (BSF) doou 650 kg de alimentos para a Associação Beneficente e Recreativa do Bairro da Felicidade, em Paripe. O projeto capacita mulheres, em sua maioria mães solo, na área de gastronomia e produção de salgados.
Foram distribuídos farinha de trigo, achocolatado, flocão, fubá e massa para bolo que serão utilizados na produção dos salgados e nas aulas práticas.
Ao todo, o projeto, que funciona há 10 anos, tem 580 famílias cadastradas. Todo mês, cerca de 45 mulheres iniciam a capacitação e aprendem a produzir salgados como coxinha, risoli, quibe, boliviano e bolinho de queijo.
Responsável pelo projeto, Plícia da Silva Sena conta que, além de capacitar as mulheres, a Associação oferece a sua estrutura e o maquinário para que elas possam produzir os próprios alimentos e, em seguida, comercializá-los.
“A gente sabe que as mulheres que vêm aqui querem ter independência e não depender de doação. Por isso, a gente faz essa parceria e ajuda no que for preciso para elas crescerem”, disse.
Além da produção dos salgados, com o óleo de cozinha usado na fritura, a Associação produz sabão de cozinha que é doado para as famílias cadastradas ou vendido a preço de custo na comunidade.
Ex-alunas do projeto, Nadi Amâncio e Gildete Ramos hoje prestam serviço voluntário à Associação. Elas contam que, com o que aprenderam nas aulas, conseguem completar a renda e manter a casa.
“Esse curso nos ajudou muito. Há mais ou menos um ano e meio que fiz a capacitação e, desde então, tenho conseguido melhorar minha renda”, disse Gildete.
Aulas de balé
Outra iniciativa do projeto são as aulas de balé para crianças da comunidade. Atualmente, cerca de cem meninas aprendem de graça a arte da dança clássica na academia adaptada na laje do prédio de três andares.
A turma, que tem fila de espera, já se apresentou para a ministra da Cultura, Margareth Menezes, em um evento realizado na cidade de Salvador.
São oferecidas também aulas de futebol e outras modalidades esportivas, como o jiu-jitsu, para as crianças da comunidade.
Sonho da casa própria
Sem cobrar nada pelas aulas e sobrevivendo apenas de doações esporádicas, a Associação de Paripe sonha em adquirir o prédio onde funciona há cerca de três anos.
Plícia Sena conta que o proprietário do imóvel o colocou à venda, mas a Associação, por não ter recursos para comprá-lo, vive com medo de ter que sair a qualquer momento.
“Ele [o proprietário] parou de nos cobrar o aluguel, mas pode a qualquer momento achar um comprador e a gente ser obrigado a sair da noite para o dia”, disse Plícia.
A responsável pelo projeto faz um apelo para algum empresário que possa doar o recurso para adquirir o imóvel. “Seria a realização de um sonho e nos deixaria tranquilos”, anunciou.
Fonte: Ascom/BSF