Representantes da Bahia e de Pernambuco reuniram-se no Encontro Territorial de Agroecologia do Sertão do São Francisco. O evento aconteceu nesta sexta-feira (27), no espaço Plural da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Juazeiro, e debateu temas de grande importância para o fortalecimento da Bacia do São Francisco, valorização da sua população e combate à fome.
Esse encontro, que contou com a presença de representantes de movimentos sociais e agricultura familiar, foi também uma prévia para o Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA), que acontecerá entre os dias 20 e 23 de novembro na Fundação Progresso, no Rio de Janeiro.
O coordenador do Programa Bahia Sem Fome (BSF), Tiago Pereira, participou da abertura do evento e da mesa que apresentou o panorama das políticas estadual e nacional de agroecologia.
Para Tiago, é muito representativo ver a Univasf povoada de gente que pensa e constrói o conhecimento. Uma vez que, durante seis anos, o país viveu um período sombrio, no qual as universidades foram ameaçadas e as políticas públicas retrocederam. “Hoje, a gente vê que é capaz de mudar tudo isso e reconstruir o Brasil. Ter neste espaço o povo do campo, o povo da roça, nos alegra muito estando na gestão da política pública”, afirmou.
Representando a Articulação de Agroecologia na Bahia (AABA), Carlos Eduardo Silva Leite destacou o empenho da Coordenação do Bahia Sem Fome para regulamentar a Lei de Agroecologia no Estado. Ele ressaltou a necessidade de todos os elos se envolverem nessa pauta. “Queremos reunir os saberes e envolver esse coletivo na construção da política pública estadual de agroecologia”.
Em nome do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Maria Aldete Fonseca colocou a pasta a serviço da causa.”O MDA é a casa de vocês. Estamos de portas abertas para contribuir com a agricultura familiar, comunidades tradicionais e valorização dos jovens. E é fundamental a participação de vocês nessa construção”, disse.
Conquista do povo
Ao falar sobre a Política Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica, Tiago Pereira trouxe um panorama dos encaminhamentos que vêm sendo dados pelo Governo e destacou que a Bahia terá o seu primeiro plano de agroecologia e produção orgânica.
Todas essas conquistas, segundo ele, são fruto da histórica luta dos movimentos sociais. “Política pública construída em gabinete não têm efetividade. O que se tem hoje de política pública de agroecologia é fruto da luta do povo”, afirmou.
Nesse processo histórico, ele citou alguns marcos, como o reconhecimento pelo Movimento Sem Terra da agroecologia como uma necessidade e, na Bahia, o envio dos projetos de lei que instituem o Bahia Sem Fome e a política de agroecologia e produção orgânica.
Fonte: Ascom/BSF