No horizonte do Programa Brasil Sem Fome, lançado no final de agosto, em Teresina, no Piauí, a questão do desperdício e perda de alimentos é um desafio. A coordenadora geral de apoio à Gestão do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), no Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Luiza Trabuco, que está em Salvador participando das atividades que visam fortalecer o Grupo Governamental de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (GGSAN), avalia que a forma como está organizada atualmente a produção e o consumo de alimentos no Brasil tem gerado desigualdade, fome e desperdício de alimentos. “Uma das ações do Brasil Sem Fome vai articular as Ceasas, o setor produtivo na agricultura, bem como os equipamentos públicos de segurança alimentar, voltados para a redução de perdas de alimentos, que são os bancos de alimentos. Esses equipamentos recebem doação de alimentos que estão aptos ao consumo, mas que não estão mais aptos para a comercialização”, explica a coordenadora.
Os alimentos são, então, doados para as redes socioassistenciais que atendem pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional. Trabuco explica ainda que há outras ações em curso para se pensar toda a cadeia de abastecimento, desde a produção ao consumo, a fim de definir a estratégia para reduzir o desperdício hoje no Brasil, que está em torno de 30 por cento da produção.
“Essa estratégia do Brasil Sem Fome pretende mobilizar estados, municípios e também a sociedade, tanto entidades como empresas, para que possamos realizar um grande mutirão de combate à fome no Brasil. Há mais de 90 ações previstas no Brasil Sem Fome e uma delas é a estratégia de combate a perdas e desperdícios”, destaca a coordenadora, informando que “já foi firmado um acordo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome com a Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento para articular as Ceasas nesse trabalho contra o desperdício. Temos também uma proposta de reestruturação da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos”, concluiu.