Representantes de comunidades tradicionais da Bahia estiveram reunidos nesta quarta-feira (3) com a coordenação do Programa Bahia Sem Fome. Na oportunidade, foram discutidas estratégias que facilitem a chegada das políticas públicas aos locais mais remotos do estado e às populações que mais precisam.
“A fome tem cor e tem endereço”, disse Edgar Moura Amaral, coordenador nacional da Comissão Contra a Fome dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil. Moura é também representante no estado do programa Ação da Cidadania, fundado pelo sociólogo Herbert de Souza (o Betinho), que conseguiu, em 1993, reunir diversos segmentos da sociedade brasileira na busca de soluções para as questões da fome e da miséria. Na ocasião, foi criado, inclusive, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
“Essa nossa presença aqui hoje é um passo importante para estabelecermos uma parceria com o Bahia Sem Fome”, avaliou Amaral, explicando que os Agentes Negros vêm realizando uma articulação na Bahia com diversas entidades, como terreiros de candomblé, comunidades quilombolas, associação de marisqueiras de Ilha de Maré, igrejas evangélicas e católicas, entre outras, sempre buscando alternativas que solucionem o problema da fome no curto prazo.
Para Tiago Pereira, coordenador do BSF, é muito bem-vinda a colaboração dessas instituições que estão atuando na ponta, junto às populações mais afetadas pela fome. “Essas instituições têm expertise, pois já vêm atuando há muitos anos, realizando um trabalho intenso junto aos terreiros e quilombos, junto às comunidades pesqueiras”, pontuou.
Também participaram da reunião Maria Abade, representante do Quilombo da Ponte, de Cachoeira; Maria Nilma e Carlos Enrique, do Núcleo de Mulheres de Cajazeiras; e Bebeto Salles, representando a FABS – Federação das Associações de Bairros de Salvador e a Pastoral Afro da Arquidiocese.