Com o tema “Inovação e Sustentabilidade: Cultura, Alimento e Saúde”, foi aberta neste sábado (7), no Centro de Comercialização de Produtos Típicos, em Cícero Dantas, a 350 quilômetros de Salvador, a III Feira Territorial da Agricultura Familiar. Organizadora do evento, a Associação Regional de Convivência Apropriada com o Semiárido (Arcas) reuniu representantes do poder público, entidades sociais, empresas, artistas e centenas de agricultores para discutir novos caminhos a serem traçados para a melhor convivência com a região do Semiárido.
“Aquela antiga imagem de um esqueleto de vaca, a terra rachada e um pé de mandacaru não representa mais a realidade do Semiárido. Hoje, a agricultura familiar demonstrou que um outro modo de convivência é possível e isso é libertador para toda a população”, afirmou o presidente da Arcas, José dos Santos Neto, conhecido como Zé Pequeno.
Produtos diversificados da agricultura familiar foram comercializados na feira, que contou também com a apresentação de manifestações culturais como a Dança Boi do Araçás, Rodas de Samba Quilombolas de Banzaê e Quilombos Viração e Siriquinha, além da exposição de artesanato e apresentação de artistas, como o cantor e compositor Paulinho Jequié.
Coordenador do Programa Bahia Sem Fome, Tiago Pereira destacou o papel da agricultura familiar no trabalho de combate à fome que vem sendo realizado em todas as regiões da Bahia. “Temos hoje aqui um conjunto de produtos da agroecologia orgânica sendo comercializados, o que demonstra cada vez mais a pujança da agricultura familiar da Bahia. Hoje foi lançado um flocão orgânico, de sementes crioulas, uma referência para o país”, disse Pereira.
Para o coordenador executivo da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), Naidison Baptista, o que é preciso entender é que não se combate a seca, mas se aprende a utilizar os meios de conviver com ela. “Precisamos entender a importância de se conviver com o semiárido. Conviver com o semiárido significa que os agricultores deverão conviver uns com os outros”.